Necrose no quadril: ortopedista explica causas, sintomas e quando a cirurgia é indicada

 

Doença pode evoluir sem sintomas no início e comprometer a circulação sanguínea do osso, levando à dor e perda de mobilidade

A necrose avascular da cabeça do fêmur, popularmente conhecida como necrose no quadril, é uma condição ortopédica séria que pode evoluir de forma silenciosa e causar dor intensa, limitação de movimentos e, em casos mais avançados, levar à necessidade de colocação de prótese. A doença ocorre quando há comprometimento da circulação sanguínea no osso do quadril, resultando na morte das células ósseas e no colapso da articulação.

Segundo o ortopedista Isaías Chaves, especialista em quadril, o início do problema nem sempre é facilmente percebido. “Nos estágios iniciais, a necrose pode não apresentar sintomas claros ou causar apenas um desconforto leve. Com a progressão da doença, a dor pode intensifica ao caminhar ou apoiar o peso do corpo, as irregularidades que surgem na cabeça femoral proporcionam perda de mobilidade e atividades como cruzar as pernas, cortar as unhas do pé podem ser tornar difíceis. A dor é perda de mobilidade afetam diretamente na qualidade de vida do paciente”, explica.

De acordo com o especialista, historicamente os principais fatores de risco estão o uso prolongado de corticoides, consumo excessivo de álcool, traumas na região do quadril e algumas doenças sistêmicas, mas desde a pandemia do COVID 19, a quantidade de pacientes com osteonecrose aumentou de forma significativa. “Essas condições podem comprometer o fluxo sanguíneo que nutre a cabeça do fêmur. Sem irrigação adequada, o osso enfraquece, perde sua estrutura e sofre deformações progressivas irreversíveis”, alerta.

O diagnóstico precoce é determinante para ampliar as possibilidades de tratamento. Exames como a ressonância magnética permitem identificar a necrose antes mesmo de alterações visíveis em radiografias. “Quando conseguimos diagnosticar cedo, há chances de adotar tratamentos conservadores ou cirurgias menos invasivas, com o objetivo de preservar a articulação e retardar a progressão da doença”, destaca o ortopedista.

Quando a prótese é necessária

Nos casos em que a necrose provocou o colapso da cabeça do fêmur e o comprometimento da articulação gerando dor e perda de funcionalidade, a prótese total de quadril passa a ser a principal alternativa terapêutica. “Após a pandemia muitos pacientes jovens evoluíram com osteonecrose e consequente artrose precoce de quadril! Além da dor a perda de mobilidade do quadril afeta a vida diária dos pacientes gerando aumento de peso, hipertensão arterial, doenças sistêmicas com diabetes tipo 2 e até quadros depressivos devido a mudança drástica de rotina que a artrose gera no paciente! A artroplastia total é a opção que devolve ao paciente uma vida normal e sem dor.”, afirma Isaías Chaves.

O especialista ressalta que os avanços na ortopedia tornaram o procedimento cada vez mais seguro e eficaz. “Hoje, as técnicas operatórias e as  próteses oferecem excelente durabilidade mesmo em pacientes jovens e permitem que ele retome atividades do dia a dia sem as restrições e limitações do passado. O fundamental é não pensar apenas na dor, mas principalmente na perda funcional do paciente e procurar avaliação de um ortopedista especializado em cirurgia do quadril o quanto antes”, orienta.

A necrose no quadril reforça a importância da atenção aos sinais persistentes de dor e limitação de movimento, especialmente em pessoas com fatores de risco, já que o diagnóstico e o tratamento precoces podem evitar a progressão da doença e intervenções mais complexas. “Em muitos casos, postergar a realização da prótese de quadril em um paciente com perda de mobilidade pode condenar articulações como a da coluna e dos joelhos, e o paciente que antes tinha um problema no quadril para resolver, acabará evoluindo com problemas graves também em outras articulações.”

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