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| Foto: Lula Marques/ Agência Brasil | 
Ex-presidente se hospedou no local de 12 a 14 de fevereiro
Por Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil
      O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal        (STF), abriu prazo de 48 horas para que o ex-presidente Jair        Bolsonaro esclareça sua permanência na embaixada da Hungria, em        Brasília, por dois dias em fevereiro. A estadia ocorreu após ele        ter o passaporte apreendido.
      A hospedagem de Bolsonaro na embaixada foi revelada na tarde de        segunda-feira (25), pelo jornal norte-americano The New York        Times. O jornal dos Estados Unidos analisou imagens do circuito de        segurança do local e publicou vídeos que mostram a entrada e a        saída do ex-presidente.
      As embaixadas são ambientes protegidos, fora do alcance das        leis e das autoridades brasileiras. A permanência nesses locais,        em tese, pode configurar burla à determinação de não se ausentar        do país, já que o objetivo da medida é exatamente manter o        investigado ao alcance das forças de segurança nacionais.
      As imagens da câmera de segurança da embaixada mostram que o        ex-presidente permaneceu no local de 12 a 14 de fevereiro,        acompanhado por seguranças. O embaixador Miklós Halmai também        aparece acompanhando Bolsonaro.
      A embaixada estava praticamente vazia, mostram as imagens,        exceto por alguns diplomatas húngaros que moram no local. Segundo        o jornal, os funcionários estavam de férias porque a estadia de        Bolsonaro foi durante o feriado de carnaval.
      Segundo a reportagem, no dia 14 de fevereiro, os diplomatas        húngaros contataram os funcionários brasileiros, que deveriam        retornar ao trabalho no dia seguinte, dando a orientação para que        ficassem em casa pelo resto da semana.
      Passaporte
      O passaporte de Bolsonaro foi apreendido por determinação de        Moraes no âmbito da operação Tempus Veritatis, que apura a        existência de uma trama golpista no alto escalão do governo do        ex-presidente.
      A reportagem do The New York Times mostra que Bolsonaro entrou        na embaixada da Hungria dias depois de sua defesa entregar o        passaporte dele à Polícia Federal (PF). A defesa de Bolsonaro        chegou a pedir a devolução do documento, alegando não haver risco        de fuga.
      Bolsonaro está sujeito também a outras medidas cautelares        determinadas por Moraes, como a proibição de se comunicar com os        demais investigados, entre outras. Em depoimento à PF, os        ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica colocaram o        ex-presidente no centro da trama golpista.
      Defesa
      A defesa do ex-presidente da República confirmou que ele passou        dois dias hospedado na embaixada da Hungria em Brasília "para        manter contatos com autoridades do país amigo". Em nota, os        advogados de Bolsonaro dizem que ele mantém um bom relacionamento        com o premier húngaro, com quem se encontrou recentemente na posse        do presidente Javier Milei, em Buenos Aires.
      "Nos dias em que esteve hospedado na embaixada magiar        [húngara], a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com        inúmeras autoridades do país amigo atualizando os cenários        políticos das duas nações. Quaisquer outras interpretações que        extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em        evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e        são, na prática, mais um rol de fake news", diz a defesa de        Bolsonaro.
      Na tarde de segunda-feira (25), durante um evento do PL em São        Paulo, Bolsonaro comentou indiretamente o caso, dizendo que        frequenta embaixadas e conversa com chefes de Estado.
      "Muitas vezes esses chefes de Estado ligam para mim, para que        eu possa prestar informações precisas do que acontece em nosso        Brasil. Frequento embaixadas também aqui pelo nosso Brasil,        converso com os embaixadores. Não tenho passaporte, está detido,        senão estaria com o Tarcísio [Freitas, governador de São Paulo]        juntamente com Ronaldo Caiado [governador de Goiás] nessa viagem a        Israel, um país irmão, um país fantástico em todos os aspectos.
    
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