Presidente também faz um alerta para impactos potenciais do fim do parcelado sem juros no comércio e consumidores brasileiros
Em uma entrevista exclusiva à Revista Isto é Dinheiro, José Roberto Tadros, presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), lançou um alerta sobre os alarmantes juros cobrados no cartão de crédito no Brasil, descrevendo-os como uma "agiotagem institucionalizada." Tadros argumentou que é imperativo encontrar mecanismos para reduzir essas taxas exorbitantes, que frequentemente ultrapassam 400% ao ano no cartão rotativo. Ele enfatizou que essa preocupação deve envolver todos os atores envolvidos no setor financeiro, incluindo empresários, consumidores, bancos, operadoras de cartões e o governo federal.
O presidente da CNC destacou que o impacto desses juros desproporcionais é avassalador para a população de baixa renda, que já enfrenta dificuldades significativas para cumprir suas obrigações financeiras. José Roberto Tadros também abordou a importância do parcelamento sem juros no cartão de crédito para o comércio brasileiro, revelando que mais de 80% das vendas no setor dependem dessa modalidade. Ele ressaltou que o problema reside nos altos juros praticados e não no parcelamento em si.
Tadros argumentou que a discussão sobre o fim do parcelado sem juros é movida por interesses que buscam maximizar o lucro, alertando que a eliminação dessa opção teria um impacto devastador nas vendas e poderia prejudicar gravemente o comércio. Ele também comparou a situação com a Argentina, onde a elevação dos preços da carne afetou diretamente a alimentação dos argentinos, destacando o potencial impacto negativo no Brasil.
Além disso, o presidente da CNC discutiu o programa Desenrola, elogiou a gestão do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e expressou preocupações em relação à Reforma Tributária, enfatizando a necessidade de considerar a diversidade regional do Brasil. Ele argumentou que o país é assimétrico, com estados em diferentes estágios de desenvolvimento, e defendeu mecanismos para garantir uma distribuição mais equitativa da receita entre eles.
José Roberto Tadros também compartilhou sua visão sobre a importância da democracia, livre mercado e segurança jurídica para um país estável e fez uma defesa veemente do Sistema S, refutando a noção de uma "caixa-preta" e destacando seu papel fundamental no apoio aos menos favorecidos.
A entrevista de Tadros lançou luz sobre a urgência de abordar a questão dos juros do cartão de crédito no Brasil e as implicações que essa questão tem para a população, o comércio e a economia como um todo.